quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Belly viaja de autocarro #1

São já inúmeras as viagens que fiz de autocarro.
E em todas há uma história: desde novas amizades a sonos desenvergonhados.
Comecemos com,

O Gato

O transporte de um gato.
Tinha em casa uma linda gata cinzenta que pariu três lindos gatinhos. Era tudo muito lindo, menos arranjar dono para aquelas preciosidades.
No entanto... Consegui dono para um pequeno animalzinho que enternecia corações. A questão era que a futura dona estava a 200km de distância.
Ora bem. Não havia carro, fomos de autocarro.
Perguntei à senhora dos expressos:
- Ccomo é o transporte para animais?
Ao que a moça responde:
- Ora bem menina, tem que pagar bilhete para adulto, arranjar uma transportadora e o animal vai junto com as malas.
"Como?! Coitadinho do meu bichano, coisinha boa de sua mãe, era o mais faltava".
Claro que não respondi isto. Esbocei um magnifico sorriso e pronunciei um simpático agradecimento.
Arranjei uma carteira grande o suficiente para conforto do gato e pequena q.b. que não desse nas vistas e alguém resolve-se reparar que eu levava ali um animal. Forrei-a com uma mantinha quentinha e lá partimos nós.
O autocarro partia às 18h e qualquer coisa e eu tinha "embalado" o gato lá para as 17:30h.
Todo este tempo foi suportado de forma muito, muito superior à que eu poderia imaginar. Sempre quietinho, sem miar, tão bem comportado. Mas... O badameco do autocarro atrasou-se 45 minutos. Tempo que se àquela gente (que também ia viajar) pareceu uma eternidade, imaginem a mim, que tinha um animal ali. Se é verdade que o bichano ia a dormir e a ronronar, também é verdade que todo o cuidado era pouco e poderia despertar e depois queria ver como é que o acalmava. 
Grata a todos os santinhos, a viagem estava a correr maravilhosamente bem. O gatinho tão sossegadinho, tão dorminhoco e mimoso.
Mas...
É claro que aquele atraso teria que ter repercussões, que aquela bolinha de pêlo a meio do percurso iria acordar e decidir miar com toda a força que aqueles pequenos pulmões lhe permitiam. Começam os olhares descarados, os comentário ainda mais desenvergonhados. E eu encarava as pessoas à volta com um sorriso amarelo "sim, é um gato, se quiserem um, tenho mais dois em casa".
E, mais uma vez, a ternura daquele gato amoleceu corações. De forma muito dócil, escapa da bolsa e deita-se no meu peito com as suas pequenas patinhas esticadas de tanto calor. Acho que se ouviu no autocarro em uníssono um "oooohhhhh" de tão ternurento que foi o momento. Obrigada gatinho, bem que nos salvaste a pele!
Pena que esta estada no meu peito apenas durou, hm... 5 minutos?! Começa numa gritaria infernal, miava, miava, miava... E eu só lia as placas: 20km... 10km... 5km... Chegámos! Todos sãos e salvos e sem multas (que a carteira agradece)!
Já com saudade entreguei o gato à nova dona e sei que está muito feliz!

Belly Kisses!




segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Se isto fosse um blog de fitness #4

É um facto que na minha vida verão não conjuga com fitness: são os jantares, as festas, as bebidas.. Enfim, todo um conjunto de fatores que fazem muito bem à alma, mas não estimam a saúde ou objetivos traçados.
Foi assim que com uma vontade voraz (ou nenhuma) admiti que chegou a hora de voltar ao maravilhoso mundo do fitness.
Sim, é verdade, alapar o rabiosque no sofá enquanto devoramos (doces, salgados, bolachas..) séries/filmes é muito bom, mas... já não são assim tão agradáveis as consequências que daí advêm. 
"You aren't going to get the butt you want by sitting on the one you have"*, pelo menos é o que dizem. Então lá fui eu dedicadíssima ao meu primeiro treino.
Até poderia ter começado com, sei lá, uma corridinha, uma aula de pilates ou até cycling. Mas, não. A força com que puxei por mim, pelo meu corpo, foi proporcional ao peso de dois meses a fazer nenhum. Era óbvio, era consequente, que tinha que correr mal. Dores, dores, dores.
Agachamento, lunge e outras especialidades para o glúteo contribuíram para os três dias de "espera por mim que não consigo andar tão depressa", "ajuda-me a descer as escadas", "baby... dói-me tudo...".
Mas, claro, isto tudo era só físico, porque lá nos recantos da alma, do prazer, do certo, regressei a uma boa rotina - a uma ainda melhor casa. Que construí, que moldo e aperfeiçoo todos os dias.
Que venha Setembro, que seja bom para todos!

*Não terás o rabo que queres se continuares sentada no que tens.

Belly Kisses! :)

E se a morte nos separasse?

Há uns dias atrás queixava-se Ele do coração.
Ou porque estava numa posição que pressionava aquela área ou porque respirava de maneira errada ou porque todos os caminhos iam dar àquele desconforto. Todos sabemos que era só ansiedade, mas, a hipocondríaca que toma conta de mim já andava em pesquisas loucas, que esta dor não podia ser normal.
Quando a ansiedade deu lugar à satisfação e a tranquilidade ao conforto, o coração lá acalmou, (o meu, o dele sempre esteve tranquilo) mas não pude deixar de pensar... E se a morte nos separasse?
E se nunca mais os nossos olhares se cruzassem? Se nunca mais ouvisse "bem vinda a casa"? Se nunca mais pudesse perder 10 minutos a escolher um filme com Ele para depois ficarmos só os dois, com o silêncio da tv?
Até que ponto valerá a pena desperdiçar tempo a pensar no que está errado na outra pessoa em vez de o aproveitar para fazer planos futuros?
E... Até que ponto somos nós a pessoa certa?!
Este sentimento de poder perder alguém de forma inesperada faz-me querer dar e receber duas, três, quatro, infinitas oportunidades.
É um privilégio poder morrer e renascer ao lado Dele vezes sem conta, encontrar a luz em todos os erros cometidos, frases mal construídas.
É um facto, Amo-te.

Belly Kisses :)

domingo, 19 de julho de 2015

A ti deixava-te o ânus ao pendurão

Em questões de assédio no quotidiano vivi até aos 20 anos de forma pacífica e tranquila. Um comentário aqui e ali, mas nada transcendente.
Até chegar aos 21. Aí a conversa (literalmente) foi outra. Nesta idade provei da magnífica poesia que o cérebro masculino é capaz de processar. E daí provêm estas palavras:
"A ti deixava-te o ânus ao pendurão" 
O que é feito dos belos piropos? O que é que aconteceu a um bom e velho "Oh jóia anda aqui ao ourives?" que, apesar de nos fazer corar e enraivecer durante segundos também proporciona minutos de riso?
Desde quando é que mulher passou a ser significado de "objeto sexual"?
Eu sou Mulher. M-U-L-H-E-R. Não sou pudica, não sou puta, não sou santa. Sou humana com direitos e deveres.

Vamos lá puxar o jucoso de toda esta situação:
"A ti, deixava-te o ânus aos pendurão"
Primeiro que tudo, não amigo, não deixavas que eu não to permitiria.
Em segundo, como é que o farias?!?! Juro que me interrogo desta tua capacidade.
Será que estás a tentar dar ênfase ao teu magnífico poder de sucção?!
Será que se calhar preferias sugar algum membro que está anatomicamente ao pendurão, como por exemplo, um pénis?! Hhhmmmm, se calhar és apenas um homem preso numa alma de mulher que não se sabe admitir como tal.
Ou, então, não... Então sofrerás tu de uma crise de hemorróidas tal que não sabes expressar a tua dor se não "dói-me tanto que parece que tenho o ânus ao pendurão". E, olha, como estimulo cerebral não é muito a tua praia ficas ali a meio termo e afirmas para ti próprio: "É pá Zé, que boa ideia que tu tiveste, assim, com esta frase de engate é que lhe saltas à cueca". Não.

Por isso, caro amigo, da próxima vez que gritares coisas bonitas deste género, pára e explica, pelo menos, o motivo e o encanto dessa tua arma de sedução, em vez de fugires dentro de um carro.

Belly Kisses! :)

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Se isto fosse um blog de fitness #3

Cycling ou aula do demo?

Ai senhores os litros de água que perdi durante aqueles 45 min. Chegou a um ponto onde suor escorreu para um olho: não conseguia enxergar um cm à minha frente, limpei-me com a toalha. Havia no entanto toda uma maquilhagem que me causou um rigoroso e aflitivo ardor nos olhos.
Já não bastava sentir o coração a saltar-me pela boca, queriam agora também os olhos sair das órbitas.
E pedala e sobe e senta e aumenta a carga e aumenta as rotações e blablabla já não ouvia ninguém se não a minha vozinha chata a gritar "mas porque é que vieste à aula?!?! Sai agora sorrateiramente que ninguém dá conta...". Mas, não. Aguentei até ao fim que nem uma menina grande.
A parte boa é a altivez com que se caminha no regresso a casa.
"O mundo do cardio é espetacular". Not.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ter um blogue e dar a cara é o mesmo que andarmos nus à frente de alguém

Passo a explicar:
Nós até podemos estar à vontade, não digo que não. Mas nunca é perfeitamente natural.
Matutamos, nem que seja por um curto minuto em questões importantes como "será que está a reparar na pequena gordurinha?!", "será que não tenho a depilação bem feita?".
E o mesmo se passa com o blog.
Até se escreve à vontade, afinal as palavras são minhas. Mas, na realidade, matuta-se sempre, nem que seja por um instante "será que devo/posso publicar o texto?", "será que terá repercussões?".
Ai a vida de blogger!

Belly Kisses!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Hoje foi dos dias mais felizes, se não o mais Feliz de 2015

Hoje fui congratulada com o reconhecimento do primeiro mês de dedicação à vida.
Não tenho escrito muito por este cantinho: o intuito do blog é e será sempre o de criar um sorriso em quem o acompanha e como as malditas das palavras têm tendência a ganhar vida própria caem sempre na desgraça. Acredito que as de amanhã serão mais engraçadas que as de hoje, por isso, cá vamos:
A verdade é que afinal a vida não é Mãe. É Madrasta. E ainda tem uns contornos de sadismo.
A verdade é que se chega a uma certa idade e ficamos órfãos. Assim, sem dó nem piedade.
Hoje culminou-se o primeiro mês do resto da minha vida e foi fantástico.
Pode-se, nas voltas que a vida dá, ter a certeza que há quem já não volte nem queira voltar. E dói. Dói tanto. Mas não se perde a vida por isso, segue-se com ela.
E eu segui.
A boa notícia é que jamais estarei sozinha.
Obrigada, do fundo coração.